Antes de mais, é importante esclarecer o que é um benchmarking. É bastante comum confundirem-se os conceitos de benchmarking e estudo de mercado ou de concorrência. Ainda que possam ter alguns aspetos em comum, a verdade é que cada um assume o seu papel cumprindo com objetivos distintos.
Um benchmarking consiste no processo sistemático e contínuo de avaliação de produtos, serviços ou processos de trabalho das organizações que são reconhecidas como representantes das melhores práticas.
Assim, o desenvolvimento de benchmarkings é fundamental no sentido de conseguirmos perceber quais os exemplos que devemos, ou não, seguir aquando do desenho ou melhoria da nossa estratégia digital e modelo de negócio, bem como para termos um conhecimento mais aprofundado do que está a ser feito no mercado.
A importância dos benchmarkings
Enquanto líder de negócio, é fundamental perceber de que forma é que outros players, seja no setor em que atua ou não, estão representados. E é aqui que entra em cena o benchmarking.
No fundo, esta avaliação, permite definir guidelines e encontrar alguns role models a seguir, seja em que âmbito for: marketing, vendas, recursos humanos, liderança, etc.
Para além disso, existem vários tipos de benchmarking, entre eles:
- Benchmarking Sectorial, que avalia as práticas implementadas entre empresas do mesmo setor de atividade;
- Benchmarking Interno, que avalia as práticas implementadas entre departamentos da mesma empresa;
- Benchmarking Competitivo, que avalia as práticas implementadas entre empresas cuja concorrência é direta;
- Benchmarking Funcional, que avalia funções ou processos específicos, independentemente do setor de atividade;
- Benchmarking Estratégico, que avalia grupos de tarefas ou funções em processos mais densos, que são transversais a toda a organização.
3 passos básicos para desenvolver um benchmarking
A construção de um benchmarking divide-se em três grandes fases:
1. Auto-avaliação
O benchmarking deve sempre começar com uma análise, o mais profunda possível, ao que já temos, ao que estamos a fazer e como o estamos a fazer. Só desta forma conseguiremos perceber quais os pontos em que queremos focar a nossa análise.
Esta auto-análise inicial serve também para fazermos um ponto de situação que nos ajudará a perceber exatamente onde estamos, assim, será mais fácil traçar um caminho que nos leve até onde queremos chegar.
2. Comparação
Após a análise inicial à nossa empresa que nos permitiu estabelecer os aspetos a comparar, o próximo passo é definir que empresas devem constar da nossa análise.
Estas empresas, dependendo dos aspetos a analisar, podem não se inserir no mesmo setor de atividade que a nossa. Por exemplo, se o que estamos a analisar é comunicação, presença digital e formas de angariação de clientes, podemos analisar marcas que consideremos exemplos a seguir nestes temas e cujo negócio nada pode ter que ver com o nosso. No entanto, é importante que tenhamos, pelo menos, um exemplo que se insira no nosso setor de atividade e que consigamos estabelecer uma comparação mais próxima com a análise feita anteriormente à nossa marca.
3. Conclusões
As conclusões são a parte do benchmarking em que se faz o resumo de todas as boas práticas observadas relativamente a cada um dos pontos analisados. Para além das boas práticas é aconselhável que identifique, igualmente, os pontos ou situações mais negativas, de forma a ter presente o que deve ser evitado e não cair nos erros das outras empresas.
Benchmarking: um fator determinante para o sucesso do seu negócio
Antes de mais, reforço a ideia de que o setor de atividade representa um papel secundário quando falamos em benchmarking. O desenvolvimento de um benchmarking é um excelente pretexto para adotar uma postura out of the box e investigar o que outras empresas, de setores totalmente opostos, estão a fazer. O que impede uma empresa que atue no setor do retalho de reproduzir uma estratégia de vendas implementada por uma empresa que atue no ramo desportivo?
A otimização de estratégias, modelos de negócio, processos internos e relação com clientes, torna-se muito mais ágil se se estabelecer, também, uma linha base de avaliação.
Do meu ponto de vista, estas são as principais mais-valias de um benchmarking eficaz para os negócios:
- Desenvolvimento da capacidade crítica das equipas relativamente ao próprio negócio;
- Identificação de oportunidades de melhoria;
- Identificação das estratégias que melhor resultam tendo em conta o público-alvo em questão (porque comparamos o que estamos a fazer vs os nossos resultados obtidos com o que outros players estão a fazer vs os seus resultados obtidos);
- Diminuição da probabilidade de insucesso da implementação de novas estratégias, potenciando os resultados que advêm das mesmas;
- Apoio na argumentação face a futuras decisões a tomar.